domingo, 27 de fevereiro de 2011

Ele a observa


Ela é a sua paz. Quando ele a vê, tudo que o rodeia desaparece. Tudo muda. Ele não consegue conter a alegria que sente e não consegue tirar aquele brilho dos olhos, que só os apaixonados têm. Ele sabe cada gosto dela, cada mania chata que ela tem( e é o único que as respeita). Ele sabe só pelo jeito que ela prende os cabelos se ela está bem ou não. Ele sabe, e como sabe, o tamanho da ferida que ela carrega no coração, afinal foi aos ombros dele que ela recorreu. E por saber o quão dolorida e grande é a ferida é que ele fica ocupando uma  posição de amigo, pois ele também sabe que em ferida aberta não se cutuca. 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

NO NINJAS


 Sabe aquela história de que nada dura para sempre? É mentira! Uma coisa dura para sempre: Nossas memórias. Na verdade somos constituídos por inúmeros momentos que ficam arquivados na mente. Mas o mais importante é que 75% do que nos constitui está arquivado no coração. Eu não estou falando de meros fatos. Estou falando que passam sem você notar e do nada, o tempo vem e os trás de volta, em flashes.
 Nos últimos dois anos  eu tive esses 75% em plena movimentação. Me mudei de cidade, percebi que amizades de verdade não ligam para distâncias e ganhei amizades verdadeiras. Sempre quis ser amiga para tudo, no maior estilo "pau pra toda obra". Não sei se consegui, mas nos últimos dias, no meio de uma simples conversa, descobri que alguém tinha contado comigo para alguma coisa. No meio da confissão da minha amiga não pude conter as lágrimas, pois eu a amo de verdade e por isso sempre banquei o estilo mãezona com ela. Fico feliz que o tratamento tenha sido recíproco, mútuo. Creio que todos os momentos que tive ao lado dela, sejam falando bobagens ou pesquisando sobre vestidos de casamentos, vão fazer sempre parte dos tal 75% que ficam no coração e espero que ela sinta o mesmo.
 Somos chatas, problemáticas, frias, sonhadoras e amigas. Se me perguntares se nossa amizade vai durar para sempre, eu não saberei te dizer e ainda te digo que não quero respostas, pois o tempo não significa nada , o que realmente importa é que nossa amizade existiu e que as palhaçadas até altas horas da madrugada sempre vão existir.  NO NINJAS MANOLA

PS: Dedicado a minha amiga-quase-filha-quase-irmã

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Preciso tanto


Eu preciso de amor , paixão, de alguma coisa pela qual posso perder a razão.
Preciso de vida, de um coração pra ser minha moradia e um pouquinho de feijão.
Preciso de sorrisos a meia-noite e depois café com pão
Preciso de você, desse teu jeito, dessa tua felicidade quase inventada que trás paz pra minha alma e que me faz delirar coisas sem noção .

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Unhas Azuis


E lá estava ela.  Sentada na minha cama , enrolada nos lençóis, segurando um livro com mais de seiscentas páginas e suas unhas azuis. Ela sempre usava unhas azuis, mas só agora havia realmente notado. Já a vi com os mais diferentes tons de azul. Azul claro, azul escuro, azul tinta, azul céu, azul mar, sempre azul. E eu ? Eu estava do outro lado quarto, sentando na minha poltrona de couro com o notebook nas mãos. Estava tentando buscar inspiração para escrever alguma coisa sobre algum menino bobo que tinha uma pessoa maravilhosa, mas que nunca deu valor. E enquanto tentava desesperadamente, e falhamente, me concentrar, meus olhos encontraram a doce visão que eu tinha logo à minha frente, mais  precisamente, na minha cama e enrolada em meus lençóis, com suas lindas unhas azuis. Quando me dei conta , esqueci de tentar buscar inspirações e fiquei a observando, ali de longe, exatamente do outro lado quarto. Nuca tinha conhecido uma mulher com tamanho poder de concentração. Ela estava presa ao que estava lendo, estranhamente fascinada. Quase invejei o livro. Folheava as páginas com uma vontade, como se cada uma guardasse um segredo precioso. Eu guardava um segredo preciso. Guardava em meu coração. Guardava o segredo mais secreto que eu tinha: eu a amava. E era estranho. Mesmo com aqueles cabelos loiros embaraçados, com cara de sono e com um blusão que não valorizava suas curvas, mesmo assim, eu ainda achava que aquela doce imagem jogada na minha cama era a visão mais bela que já tive. Comecei a observar seu olhos e expressões faciais. Ela não era uma pessoa difícil de ler. Era notável que o livro provocava os mais diferentes tipos de reações e agora eu começa a invejar o escritor. Sorri ao perceber que alguma coisa que havido lido a confundira, e seu olhos, escuros como breu, se arregalaram e piscaram freneticamente. E na próxima página a reação dela foi outra. Ela suspirou de alívio e eu ri. Acho que ri muito alto, pois ela finalmente havia desviado o olhar do livro e o direcionou a mim, mas não comentou nada. Logo após seu pequeno momento de distração ela continuou sua leitura frenética. Pensei comigo que ela deveria estar totalmente dormente, pois não havia se mexido até agora. Fechei o notebook e me afundei ainda mais na cadeira macia. Percebi que não só sua face de expressava muito, mas sua respiração seguia o compasso da história. Desci meu olhar por todo seu corpo e me voltei para suas mãos brancas e longas. Ela usava um azul clarinho que já começava a sair e então se coçou, mas nem isso a fez tirar os olhos das páginas que lia. Me perguntei se eu conseguiria dar tanto prazer a ela quanto esse livro. Não gostei da minha resposta mental. Ela se agarrou com força aos lençóis e pareceu estar com um ódio tremendo. Eu estava tão distraído olhado suas mãos que não percebi que ela me olhava intrigada e atenta. Ao invés de me interromper ela me fitou, como se quisesse me decifrar. Ao perceber que ela me olhava só pude sorrir e ela então sorriu de volta, mas ainda com um olhar confuso.
- Terminou de escrever?
- Não nem comecei – respondi de imediato.
Ela então fechou o livro, se espreguiçou e levantou.
- Quer comer alguma coisa?
- Seria bom.
Ela sorriu gentilmente e foi para a cozinha e eu finalmente encontrei a inspiração que me faltava. Finalmente vou pedi-la em casamento. 

Não há nada igual

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